Trecho do Portão do Inferno na MT-251 é bloqueado para utilização de equipamento no paredão

Os bloqueios serão feitos somente nesta terça-feira (14) e nos demais dias, continuará no sistema pare e siga.

Paredões na região do Portão do Inferno tem cerca de 130 milhões de anos — Foto: Marcos Vergueiro/Secom

Um trecho do Portão do Inferno, na MT-251, entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães (MT), foi bloqueado, nesta terça-feira (14), para a utilização de um equipamento no paredão. De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), as interrupções serão feitas no sistema pare e siga e o tempo de espera dos motoristas que trafegarem pela rodovia poderá ser maior.

Segundo a secretaria, os bloqueios serão feitos a pedido da empresa que vai realizar a obra e precisa operar equipamentos de topografia de alta precisão. A rodovia deve ficar interditada somente nesta terça-feira (14).

Os dois sentidos da pista serão bloqueados por um período de 20 minutos a cada hora. A previsão é que os trabalhos sejam feitos entre às 7h e 18h. O tempo de espera nos pontos de parada pode durar entre 20 e 60 minutos dependendo do momento da passagem.

Nos os outros dias, o trânsito vai operar diretamente no esquema pare e siga.

Obras no Portão do Inferno

O Governo de Mato Grosso anunciou, em março deste ano, o início da obra de retaludamento no paredão do Portão do Inferno. De acordo com a equipe técnica, o governo firmou um contrato de R$ 29,5 milhões com a empresa Lotufo Engenharia e Construção, que será responsável pelo projeto.

O prazo para entrega da obra é de até 120 dias, segundo o governo.

Porém era necessária autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Um dos engenheiros responsáveis pelo projeto, Wilian Lopes, explicou que retaludamento consiste na retirada do maciço rochoso na curva do Portão do Inferno e a criação de taludes, uma série de cortes, que funcionam como degraus para impedir os deslizamentos de terra. Com isso, a estrada será recuada em dez metros, evitando também a passagem sobre o viaduto que existe hoje no local.

Segundo ele, o projeto prevê um novo traçado para a rodovia no km 46, que é considerado um dos pontos mais críticos do trecho.

De acordo com Willian, com esse novo traçado, os motoristas que passarem pela curva estarão mais seguros.

Em 2023, a região foi palco de diversos episódios de desmoronamentos de blocos. Essas movimentações ocorrem há anos, no entanto, as ocorrências se intensificaram desde o começo do período chuvoso, em novembro do ano passado. Desde então, o local permanece com o tráfego de veículos prejudicado.

Segundo o professor de geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Caiubi Kuhn, o desprendimento ocorre porque as rochas que estão caindo na pista foram formadas há milhões de anos, quando o município era um grande deserto.

🏜️Ao g1, o pesquisador explicou que, com o passar do tempo, os grãos de areia se colaram e viraram pedregulhos. O professor contou que a erosão influenciou no processo de desintegração das rochas e, consequentemente, nos desabamentos.

Desde março de 2024, a estrada que liga as duas cidades foi parcialmente interditada para remoção de pedaços de rochas que se soltaram do morro, segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT).


Fonte: g1 MT

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