Câncer de colo de útero é terceiro tipo mais comum; veja sintomas e prevenção

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Terceiro tipo mais comum e considerado a quarta causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil, o câncer do colo do útero é também o terceiro tipo mais incidente na região Centro-Oeste do país, com 16,66 casos para cada 100 mil mulheres. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cujas estimativas são de 17.010 novos casos ao ano no território brasileiro.

Ao contrário do que se pensa em relação a outros tipos da doença, que possuem incidência maior sobre pessoas mais maduras ou de idade avançada, este pode se manifestar a partir da idade em que a mulher inicia a vida sexual, e se dá por infecção pelo papilomavírus humano (HPV), o que reforça a necessidade de prevenção e de fazer exames de rotina desde cedo.

De acordo com a médica ginecologista e obstetra Giovana Fortunato, o colo do útero é considerado uma área de transição, onde o tecido da vagina passa a ter as características necessárias para que o órgão possa hospedar o feto enquanto ele se desenvolve.

“Esta região é vulnerável a diversos agentes agressores, que podem provocar lesões com células anormais (chamadas de pré-cancerosas) e, ao longo do tempo, evoluir para o câncer do colo do útero”, explica.

Por ser uma doença de desenvolvimento lento, a fase inicial do câncer do colo de útero não costuma apresentar sinais e sintomas. Em estágios mais avançados ou quando já acometeu outras regiões, a doença pode causar:

· Sangramento vaginal anormal;

· Sangramento e dor após a relação sexual;

· Menstruação mais longa que o comum;

· Dor abdominal;

· Secreção vaginal anormal, acompanhada ou não de sangue.

Para detectar e se ter um diagnóstico de lesões pré-cancerosas e cancerosas nestes casos, é feito o exame de Papanicolau, recomendado para mulheres a partir dos 25 anos, com vida sexual ativa, como prevenção e rastreamento precoce de doenças. Além dele há também a colposcopia, que permite a visualização do colo do útero e da vagina com lentes de aumento, e pela biópsia do tecido do colo do útero.

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Giovana Fortunato, ginecologisa

Segundo a especialista, o tipo de tratamento depende de fatores como estágio do câncer, extensão da doença e se a mulher deseja ter filhos ou não.

As abordagens mais usadas são:

· Cirurgia – quando o tumor está restrito à região do colo do útero, a cirurgia leva à cura na maioria dos casos. Às vezes, pode ser complementada com a radioterapia. Em casos mais avançados, o médico vai avaliar se vai ser necessário remover útero, ovários e outros tecidos próximos.

· Radioterapia – costuma ser usada para atingir a cura total quando o tumor ainda está localizado e pequeno. Em tumores maiores, ajuda a controlar a doença e aliviar sintomas.

· Braquiterapia – é uma forma de radioterapia em que materiais radioativos são implantados próximos do tumor. As doses de radiação são liberadas para atacar as células tumorais, tentando evitar que células sadias sejam afetadas.

· Quimioterapia – pode ser usada em alguns casos específicos isoladamente ou combinada com a radioterapia. Também é aplicada para evitar que o câncer se espalhe para outros órgãos.

· Terapia alvo – para os tumores crescerem, eles devem formar novos vasos sanguíneos para se manterem nutridos. Os medicamentos alvo bloqueiam esse novo crescimento dos vasos sanguíneos, impedindo que o tumor evolua.

Dentre as formas de prevenir o câncer de colo de útero estão a utilização de preservativos durante as relações sexuais; estar com a vacina do HPV em dia; fazer a higiene íntima diária; promover o desenvolvimento da educação sexual; e por último, mas não menos importante, não fumar. Isso porque dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença estão o tabagismo, a iniciação sexual precoce, a multiplicidade de parceiros sexuais, a multiparidade e o uso de contraceptivos orais.

A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV (disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), podendo prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais.

Por se tratar de um câncer cuja transmissão se dá por meio de relações íntimas, a médica reforça a necessidade da educação sexual e acompanhamento adequado da saúde. “O diagnóstico precoce é importante porque aumenta as chances de cura da doença e evita a progressão da doença. A importância da conscientização sobre este tipo de câncer, é que na grande maioria das vezes ele pode ser evitado”, alerta.