Abilio estima R$ 400 mi para novo modal a ser pago com valor da venda do VLT

Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução / Allan Mesquita

De volta da viagem internacional feita a China e Emirados Árabes para buscar investimentos para Cuiabá, o prefeito Abilio Brunini (PL) está confiante na aquisição do modal ART pelo governo do Estado, numa alternativa ao Bus Rapid Transit (BRT). O veículo é uma combinação de estrutura semelhante a um trem, mas sob rodas, dispensando trilhos. Segundo Abilio, os vagões, que custam em torno de R$ 3 milhões de dólares, podem ser adquiridos com os valores do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) vendido para Salvador (BA).

“É um ótimo negócio para o município de Cuiabá e para o governo do Estado. Esse veículo pode ser implementado na avenida das Torres, Contorno Leste, não precisa de novos investimentos em rasgar avenidas, fazer base de concreto, mexer em canteiro. Só separar uma faixa exclusiva e fazer sinalização e demarcação magnética para ele seguir o fluxo. Um veículo desse com 3 vagões pode transportar 250 pessoas, tem módulos com 2 e o de 3 vagões”, explicou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (11), na Prefeitura de Cuiabá.

Abilio e outros membros da comitiva que foram a China visitaram a sede da fábrica do modal a convite do presidente da empresa, e crê que o veículo é a melhor opção para a cidade. Ele é elétrico e exige poucas modificações de infraestrutura, necessitando de sinalização com ímãs. Com todo o sistema implementado, o investimento seria em torno de R$ 400 milhões, pago com o valor da venda do VLT.  Caso o contrato fosse assinado, levaria em torno de 90 dias para a entrega dos veículos.

“A empresa deve vir a Cuiabá fazer uma apresentação para o governador. Eles já estão em conversa com o governo do Estado, já estão em conversa com alguns setores do governo e eu acredito que vai dar certo. […] Eu não tenho vaidade de dizer que eu que estou trazendo, isso vai ser bom para Cuiabá, nós temos tudo para implementar para até abril do ano que vem estar rodando. Nós não queremos retroceder naquilo que é bom para Cuiabá, não é justo eu ficar de fora dessa discussão e de repente ter um ônibus rodando nossa cidade após tanto tempo esperando uma mobilidade decente”, argumentou.

Emirados 

Já nos Emirados Árabes, Abilio pontuou que participou de um Fórum de prefeitos para tratar de sustentabilidade e desenvolvimento econômico em cidades que tinham condições climáticas semelhantes às de Dubai e Abu Dhabi, tendo sido convidado pela Embaixada.

Brunini levou propostas de investimentos de infraestrutura, onde buscou cerca de R$ 1 bilhão para projetos de viadutos, rearborização da cidade, recuperação de córregos e nascentes. Contudo, os árabes sinalizaram desinteresse neste tipo de projeto, tendo atenção mais voltada à segurança alimentar, tema de maior preocupação no país.

“Eles fizeram uma proposta para que nós buscássemos aqui nos reunir com setores do agro no estado para que Cuiabá tenha uma planta frigorífica de preparo de alimentos no tipo deles que é ‘halal’ e nisso eles poderiam estar financiando infraestrutura urbana para nós, como pavimentação e outras coisas. Ficou combinado que o embaixador dos Emirados Árabes visitará a nossa cidade, vai conversar com o governo do Estado, com os setores do agronegócio”, explicou.

O encontro deve ocorrer na Expoagro, no próximo ano, onde serão detalhadas as negociações. A princípio, o interesse dos árabes é voltado ao setor de proteína animal, já que com a expansão das cidades e aumento populacional, a alimentação é uma das grandes demandas.

“Dubai está com 4 a 5 milhões de habitantes, mas deve aumentar, assim como Abu Dabi e hoje existe preocupação com fornecimento de alimento. Hoje é a Austrália quem mais vende carne para eles, mas eles têm diversidade de compra para não ficar refém de um só local. No Brasil eles compram de 3 empresas. Eles falaram que querem comprar de produtores locais, então não seria só Cuiabá, investiriam em diversas cidades de Mato Grosso e seria vantajoso pela ferrovia”, acrescentou Brunini.