Políticos defendem que correligionários deixem cargos na gestão Lula

Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução

Parlamentares mato-grossenses endossam a decisão da direção nacional dos partidos União Brasil e Progressistas, que juntos formam a federação União Progressista, de incentivar que detentores de mandato filiados as legendas renunciem a cargos no governo federal. A medida foi anunciada nessa terça-feira (2) e repercute em todo país.

Uma coletiva de imprensa foi convocada pela federação no Salão Verde do Congresso Nacional para o anúncio. Por meio de nota, momentos antes do comunicado, a sigla informou via rede social que “o Brasil vive um momento que exige diálogo, responsabilidade e clareza de propósitos. A Federação União Progressista reafirma hoje sua disposição de contribuir para um país mais estável, desenvolvido e com oportunidades para todos”.

Ao GD, a deputada federal Gisela Simona (União), que esteve no ato em Brasília, afirmou que a decisão foi bem aceita entre a maioria dos membros da Federação e acredita ser coerente com o posicionamento da sigla.

“A posição do partido mostra coerência, visto que os deputados e senadores do partido não estão votando tudo com o governo. Não defendem o governo federal e estão usufruindo de cargos. Então, nesse sentido, a meu ver, foi correta a decisão. Acredito que isso não nos coloca numa situação de oposição, mas de independência para votar conforme as propostas defendidas pelo partido, sempre a favor do povo brasileiro”, declarou.

Em rede social, o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), declarou: “pensamos diferente, agimos diferente, não acreditamos no modelo do PT de governar. A decisão de hoje coloca o partido na posição que sempre deveríamos estar: combatendo o PT”, publicou.

Já nesta quarta-feira (3), nos corredores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado estadual Júlio Campos (União) analisou que a atitude até “demorou”, já que nas eleições o partido esteve ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Nós do União Brasil, há 4 anos, votamos em Bolsonaro. Eu e toda nossa liderança éramos de Bolsonaro. Não entendi porque o diretório nacional foi participar do governo Lula. Mas já no momento em que entrou no governo, tinha que dar a contrapartida. Recebeu 3 ministérios e não estava dando a contrapartida. A nossa na bancada federal, na Câmara e no Senado, não votava com o governo praticamente. Então estava na hora de sair. Demorou, mas eu apoio totalmente a decisão do presidente de cobrar lealdade”, avaliou.

Na terça (2), o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, ao lado do presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), leu nota da federação em pronunciamento na Câmara dos Deputados. Mais cedo, os dois líderes partidários já tinham acertado os detalhes deste rompimento em reunião com aliados.

A medida pode impactar na permanência dos ministros do Turismo, Celso Sabino (União-PA), e do Esporte, André Fufuca (PP-MA). Ambos são deputados federais, ou seja, detentores de mandatos filiados aos partidos da federação.

O deputado federal Coronel Assis (União) avaliou a medida como “extremamente acertada” e reforça a postura de oposição a gestão petista.

“No União, grande parte dos parlamentares já atuava na oposição ao governo, como é o meu caso, que sou vice-líder da oposição e, desde o início do meu mandato, assumi a firme postura de não aceitar os desmandos ou os retrocessos pautados por Lula, pelo PT ou pela esquerda”, disse em nota.

O parlamentar afirmou que a condição de ter membros no governo se tornou insustentável “quando o presidente declarou que não gosta de Antônio Rueda, presidente do União Brasil”.