A Virada Sustentável, que está acontecendo esta semana em Cuiabá em celebração a Semana do Meio Ambiente, tem como uma de suas marcas a pluralidade de público, tema e local. Os eventos, que se iniciaram na quarta-feira (04.6) na capital mato-grossense após ter acontecido em Rondonópolis, movimenta a cidade com atrações que abrangem públicos infantil, jovens e adultos e leva entretenimento para diferentes bairros da cidade.
A Superintendente de Educação Ambiental e Atendimento ao Cidadão da Sema, Juliana Carvalho, destacou a importância da pluralidade no evento. “ Meio ambiente é para todos. E com essa premissa foi construída a programação da Virada Sustentável para celebrar o dia do meio ambiente: descentralizada, diversa, para vários públicos e todas as idades”.
Na sexta-feira (06), aconteceu no Horto Florestal uma roda de terapia comunitária integrativa e educação popular que teve como tema a sustentabilidade como construção de um futuro mais justo e equilibrado. O encontro acontece toda semana, há mais de 20 anos, promovido pela Unidade de Referência de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da prefeitura de Cuiabá e esta semana fez parte da programação da Virada.
Luciana de Moura, professora de engenharia florestal da UFMT, apresentou estudos sobre a importância de florestas urbanas, espaços verdes que trazem benefícios como conforto térmico, com sombra e umidade, valor cultural, estético e educacional e saúde humana. “Áreas verdes são essenciais para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, com menos risco de inundação. Além disso as áreas verdes têm impacto na saúde humana, incentiva atividades físicas e melhora a saúde mental”.
UFMT
Na quinta-feira (05) a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ofereceu oficina sobre literatura indígena, visita guiada ao Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP) e exibição de filmes, com o objetivo de promover reflexões sobre meio ambiente e sustentabilidade.
A programação começou com a oficina “Desenhos de escrita: Antropoceno e colapso ambiental na narrativa Yanomami”, conduzida pela doutora em história pela UFMT e pesquisadora de literatura e história indígena, Andréia Zattoni. A palestrante guiou uma leitura de trechos do livro “A queda do céu”, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, levantando questionamentos e propondo reflexões sobre os principais temas abordados pelo pensador indígena, trazendo uma nova perspectiva sobre sustentabilidade e a relação do ser humano com a Terra.
“A ideia da oficina foi trazer essa visão de mundo, de um planeta integrado, de um planeta como nossa casa, de uma terra como nossa mãe e que nós devemos preservá-la não porque ela está separada de nós, como algo fora de nós, mas porque ela faz parte da nossa vida, como um todo”, explicou a pesquisadora.
Para Ruth Albernaz, a relevância da exposição dentro da Virada Sustentável está na sua capacidade de ampliar nossos horizontes e nos fazer refletir. “Nós podemos alargar nossas percepções, podemos ver, transcrever e rever as nossas práticas a partir de conteúdos que os artistas estão trazendo como imagem. A Virada Sustentável é um festival muito rico do ponto de vista multidisciplinar”.
Outros eventos
Outros eventos da Virada Sustentável que aconteceram na semana foram: trilha de observação de vida silvestre e performance Ritual é Ancestral, no parque Massairo Okamura, mostra de cinema ambiental nos bairros Pedra 90 e Jardim Vitória, plantio de mudas, Trilhas no Museu de História Natural e no horto florestal e Palestra – Direitos LGBTQIAPN+ e Crise Ambiental na UFMT
Neste sábado (07), a programação acontece durante a manhã e tarde no Parque Zé Bolo Flô, com atividades que exaltam a cultura tradicional ribeirinha. Espetáculos e oficinas dedicadas a manifestações culturais como o siriri e cururu, com o Flor Serrana e Mestre Alcides, cerâmica com bichos pantaneiros e do Cerrado e contação de histórias com lendas do Rio Cuiabá ao Pantanal..
A noite as atenções se voltam para o Parque das Águas com performances musicais, a partir das 19h30, do Buriti Nagô, Santian, Estela Ceregatti e Sasminina. No local também está exposta a capivara de quatro metros de altura e um filhote, criação do artista paulistano Eduardo Baum, obra que tem objetivo de realçar o protagonismo silencioso desse animal silvestre na manutenção do equilíbrio ambiental.
Na parte da manhã terá a Caminhada Afro – Rota da Mãe Bonifácia”, que começa às 9h30 atrás do Coreto do parque, com intervenções artísticas e performances exclusivas em homenagem à memória negra e à personagem histórica central do evento: Mãe Bonifácia.
O festival encerra com o Concerto Popular “Cantando Nossa Terra”, com Vera Capilé, Roberto Lucialdo e o Núcleo de Cordas da Orquestra Sinfônica da UFMT, às 16h30, na Concha Acústica do Parque Mãe Bonifácia.
Virada Sustentável
Recebe ainda apoio da Prefeitura de Cuiabá, Prefeitura de Rondonópolis, Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), Secretaria de Estado de Educação (Seduc), TV Centro América, Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Museu de Arte e Cultura Popular, Cineclube Coxiponés, Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Sesc e Ministério do Meio Ambiente.
Fonte: Renata Prata e Juliana Sanders | Sema MT